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Plantar uma arvore, escrever um livro e ter um filho

Esses dias eu li algo que me marcou muito. Eu estava sofrendo por antecipação por conta de algumas coisas que queria mas não conseguia me decidir, então apareceu em um perfil budista uma frase, que eu não me lembro muito bem, mas que dizia que o desejo é a causa de todo o sofrimento: se você não deseja, não sofre.

Parece fácil pensar assim, mas a coisa se torna mais complexa quando você pensa que os seus desejos são na verdade reflexo das expectativas que as pessoas colocam em você.

Não tem NADA que me irrita mais do que as cobranças que os outros jogam pra cima da gente. Como se pra ter uma vida completa fosse necessário mais do que plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. É necessário atender todas as expectativas que as pessoas colocam nas nossas costas. O que gera um ciclo de insatisfação cada vez maior e incontrolável, pois NUNCA será possível fazer o que todas as outras pessoas acham que é certo.

Já repararam que todo mundo SEMPRE tem algum palpite ou vê o que a outra pessoa está fazendo de forma errada? Porque será que é tão difícil usar esse olhar apurado pra dentro e enxergar o que deve ser mudado na sua própria vida?

Tá aí uma coisa que eu queria ver.

Envelheço na cidade

Não é que eu não goste de aniversários, longe disso. Costumava até ficar empolgada alguns dias antes, fazer contagens regressivas, mas é como se a expectativa fosse mais legal do que o dia. Agora, com o passar do tempo, os aniversários vão se tornando mais comuns e esse ano nem expectativa veio. Eu estava simplesmente inerte, um dia antes não estava nem lembrando que hoje era o “meu dia”.

Afinal, de onde saiu esse glamurização de aniversários? Tem alguma explicação espiritual? Completar mais um giro em torno da Terra é tão importante assim? Eu ainda não sei.

Não sei se fiquei mais apática pelo fato de todos os meus aniversários nos últimos terem sido dias normais, não necessariamente dias ruins, mas dias em que nada de diferente acontecia em razão do meu aniversário. Eu sei que isso é em parte culpa minha que nunca quero fazer alguma festa ou comemoração mas ao mesmo tempo espero que alguém faça. É difícil explicar…. minha mãe sempre insiste pra comemorarmos, eu digo que não, mas depois fico triste.

Eu acredito muito que não devemos esperar nada de ninguém e que devemos correr atrás do que queremos, mas a minha parte carente desejava alguma surpresa ou algo assim.

A verdade é que isso é algo que eu tenho que trabalhar comigo mesma.

06 meses de abstinência e reflexão: becky bloom da vida real

Uma alpargata de oncinha confortável e descolada. Esse é o objeto que vai marcar o fim de uma era e o início de outra que vai durar no mínimo 06 meses.

Eu nunca soube lidar muito bem com dinheiro e nem tive uma educação financeira muito boa. Quando eu era criança, até o período da adolescência eu era considerada “pão dura”. Fui uma criança consciente, não dava birras pra conseguir o que não podia ter (apesar de ficar triste, claro), mas nada de anormal até aí. Lembro até de ser elogiada pela minha mãe por ter esse controle na hora de gastar, coisa que ela não tinha.

O tempo foi passando e eu fui mudando. Quando comecei a trabalhar, trabalhos temporários como promotora, uma amiga minha que tava no ramo já me alertou: “-Dinheiro que vem da promotoria vai embora super rápido” e eu pensei “Que nada! Eu sei me controlar.” Mas eu não sabia.

A partir daí outros trabalhos foram aparecendo, um estágio na minha área e a coisa foi só piorando. Quando fiz 18 anos ganhei meu primeiro cartão de crédito. A conta no banco eu já tinha, mas o cartão foi desbloqueado. O limite que era baixinho, foi aumentando aos poucos conforme eu usava e pra piorar: cartão de crédito internacional. Eu comprei em quase todos os sites da  China que apareciam na minha frente, meu passatempo era ver novas lojas. Até uma pasta na minha barra de favoritos escrito em caixa LOJAS eu criei.

Mas eu não fiquei descontrolada assim só depois que ganhei meu cartão de crédito. Antes disso o meu passatempo com a minha mãe era fazer compras, descobrir bazares pela cidade, comprar, comprar e comprar. Quem lê o que escrevo pode até pensar que somos ricas, mas a realidade é muito diferente.

Uma vez uma conhecida falou: “Eu e minha família nunca vamos ter nada porque compramos tudo que vemos pela frente” e foi como um choque, logo percebi que eu e minha mãe também éramos assim.

Eu sempre fui muito básica pra me vestir, inclusive visto praticamente a mesma roupa todos os dias, mas meu guarda roupa é bem diferente. É L O T A D O de coisas que nunca vesti, ou vesti só uma vez. Coisas que comprei na empolgação e depois vi que não tinham nada a ver comigo com ninguém.

A vida dá voltas, fui fazer intercâmbio e chegando lá percebi que eu podia fazer coisas muito mais interessantes com o meu dinheiro do que estourar o cartão todo mês em sites chineses. Senti um baque terrível de não ter salário e ter que, de novo, esperar minha mãe me dar dinheiro. Mesmo assim não soube administrar bem no começo, lá pro final do meu ano no exterior que estava fazendo os euros renderem de verdade. Hoje encontro com minha ex-roommates e rimos do quanto éramos pão duras lá, a ponto de não comprar algo de 1 euro só pra economizar.

Eu repetia pra todo mundo que a melhor coisa do meu intercâmbio em questão de crescimento e amadurecimento era em relação a dinheiro. Finalmente eu tinha aprendido a como me controlar e a não comprar besteira, etc etc e etc.

MENTIRA!

Voltei há dois meses e já estourei o cartão desse mês. Gastei todo o limite e comprei muitas coisas inúteis. Só que dessa vez a sensação de fazer compra não era mais a mesma. Eu comprava algo e depois me arrependia muito, batia uma tristeza, vontade de chorar. Um misto de sentimentos que mais parece coisa de viciado em substâncias químicas.

Pra piorar isso virou motivo de briga minha com a minha mãe. Cada vez que ela comprava algo eu infernizava ela, dizendo que era errado,que tínhamos outras prioridades, que ela não tinha controle. Até parece que EU tenho algum direito de fazer isso! Saber o pior? Brigava e brigava porque ela estava comprando, assim que eu saía da loja acabava comprando algo pra mim, porque EU posso, porque EU preciso….. Chega!

Nosso apartamento é pequeno e vivemos cercadas pelas várias coisas inúteis que estão aqui. O descontrole é tanto que não é raro encontrar coisas vencidas que nunca foram usadas, já que foram compradas só porque estava barato e depois ninguém lembra que comprou. A bagunça vai crescendo, o monte de coisa entulhada também. Chega, chega, chega!

Eu tinha prometido que ia mudar, esse modo de vista já não me faz feliz, pelo contrário, me entristece cada vez mais. Eu não tenho dívidas e sei que poderia ter me afundado ainda mais, mas se eu não consigo controlar meu salário de estagiária, imagina quando tiver empregada de verdade… É hora de consertar os erros antes que sejam irreversíveis.

É por isso que me propus um desafio enorme, gigante e que pode parecer fácil para alguns, mas para mim será uma fase de muito aprendizado e reeducação.

06 MESES SEM COMPRAR NADA!

Vou cancelar meu cartão de crédito esse mês, e mesmo com dinheiro vivo, não vou comprar nada! Eu sei que não adiantaria propor um tempo sem comprar roupa, porque acabaria comprando maquiagem… A questão é sem comprar NADA, NADA!

Durante 06 meses não irei comprar:

ROUPAS

CALÇADOS

MAQUIAGEM

LIVROS (Salvo livros referentes a faculdade – Já tenho MUITOS livros para ler, muitos inclusive lacrados que comprei em promoção)

DOCES (Chocolates, etc)

BESTEIRAS EM GERAL (Objetos de decoração, coisas fofinhas, etc)

COSMÉTICOS (Salvo exceção: xampu/creme acabou? Compra outro. PROIBIDO comprar e estocar)

PROIBIDO: Comprar qualquer coisa e minha mãe pagar ( Não ia adiantar nada, não é porque não saiu do meu bolso que não deixa de ser minha compra)

PERMITIDO: Presentes para outras pessoas – Comer fora – Ingressos de shows, cinema, teatro, etc – Viajar (sem comprar souvenirs)

Olhei em volta e sei que tenho mais do que preciso. Esse tempo também será um exercício para eu usar as coisas que comprei e deixei de canto, afinal, se não compro novas tenho que usá-las.

A única coisa que vou comprar será um celular, já que o meu estragou e estou me virando com um tablet. Dessa vez, ao invés de parcelar no cartão a perder de vista, vou trabalhar e só depois de juntar todo o dinheiro irei comprar. Sei que vai demorar mais de um mês, mas não estou com pressa. Essa é a proposta do desafio: Quer comprar algo? Junte! Durante o tempo que você está trabalhando pra comprar, pensará muito mais antes de fazer a compra. Sem contar a maravilha que vai ser poder receber o salário no fim do mês e não ter que dar tudo pro cartão de crédito e poder descobrir outras formas de lazer. NO MORE passear no shopping!

A minha mãe não está levando nada a sério, mas esse desafio também será importante para mostrar que eu consigo sim viver uma vida sem juros e excessos. Sei que não tenho direito de brigar com ela pra ela parar de comprar, mas quem sabe eu não consiga ser um exemplo e ela tente pelo menos se controlar um pouco.

DESAFIO NO AR!

Dia 21/04/2015

Último dia que fiz compras no ano de 2015

Lado B das viagens e a vida perfeita que temos no Instagram

Hoje quando estava passando pelo meu feed de blogs acabei encontrando o seguinte post do blog 360 meridianos: O lado nada glamuroso das viagens. Super indico a leitura.

Em época de redes sociais e exposição constante de momentos bons a gente pode construir a vida que quiser na internet, incluindo dias perfeitos. Já repararam nas it-girls do instagram? Parecem que estão sempre de férias, felizes, bons momentos. Não acho que seja errado compartilhar a felicidade, mas temos que tomar cuidado no modo como interpretamos isso. Eu falo por mim, se tiver triste me afundo ainda mais. As vezes eu via as fotos de viagens das pessoas e me pegava desejando estar viajando também MAS PERA AÍ….. Eu tô viajando, tô na Europa, tive dias incríveis também, porque é que ainda me pego pensando nisso? É porque nunca estamos satisfeitos, simples assim. A famosa grama mais verde do vizinho que ouvimos falar logo tão cedo.

Acredito que posts que mostram que “nem tudo é perfeito assim” são importantes por dois motivos principais: mostrar que nada é tão perfeito quanto parece e diminuir suas expectativas para as primeiras viagens. Você nunca sabe o que aquela pessoa sorrindo na foto de turista passou pra chegar até ali. Ah, conheço muita gente que tira uma foto e sai correndo, nem aproveita o lugar, curioso, né?

Se você tiver se preparando para um super mochilão com muitas cidades e pouco tempo já pode saber que:

Em algum momento a sua coluna vai reclamar do peso desnecessário

Você vai desejar um almoço de verdade com direito a arroz e feijão

Se for verão: O sol queima mesmo sem dó

Se for inverno: Vai aprender a força como lidar com o frio

Dormir no aeroporto pode ser extremamente desgastante

Você pode não combinar em nada com seu host e querer fugir dalí

Você vai se perder

Você corre o risco de pegar o metrô na direção errada

Outro risco iminente é de golpes – e eles vem de quem você menos desconfia

A comida típica pode ser mais bonita do que gostosa

E pode perceber que não é tão fluente no idioma estrangeiro como achava que era

Tudo isso faz parte da experiência de uma viagem. Não viaje com a certeza de que tudo vai ser perfeito, tente fazer sempre do melhor jeito, mas não se frustre se não der. E também não se deixe contagiar pelas lindas fotos das redes sociais, elas revelam muito menos do que pensamentos.

Au revoir, Bon voyage!

Sobre o ano de 2015: Menos

2014 foi um ano muito importante na minha vida, não só por causa da oportunidade de morar fora, mas porque eu tive tempo pra pensar.

Isso mesmo, pensar, refletir e analisar. Assim, eu consegui perceber muitas coisas que estavam erradas na minha vida e que precisavam ser mudadas, coisas que eu não concordava e não tinha porque continuar fazendo.

2014 também foi o ano da minha transição capilar, o ano que eu deixei muito mais do que a progressiva pra trás. Só quem tentou se esconder a vida inteira e conseguiu forças pra finalmente ser quem é consegue entender a importância disso, mas a transição é história pra outro post.

O foco agora é 2015 e nesse ano eu quero menos.

Menos coisa acumulada

Menos compra por impulso

Menos lixo

Menos “alimentos” que não fazem bem

Menos brigas

Eu quero um ano mais zen.

Eu sempre vivi naquela loucura de cidade grande, naquele descontrole emocional que resultava em compras enormes todos os meses que acumulavam no guarda roupa, na comoda, na cama… Essa viagem me mostrou a importância de um planejamento financeiro e de gastar com coisas mais importantes.

Em 2013 eu finalmente tirei a carne do meu cardápio, mas fiz muita besteira e não sabia me alimentar direito. Acabei passando um pouco mal.

Em 2014 eu comia na cantina da faculdade, consegui opção vegetariana nos primeiros 06 meses, mas no segundo semestre não teve como. Eu tava longe de casa e não encontrava alternativas.

Agora em 2015, quando voltar ao Brasil, não vou retroceder. Vou continuar com a minha dieta que foi interrompida, só que agora a coisa vai ser mais séria e eu não quero passar mal de jeito nenhum, vou comer bem melhor.

Meta 1: Retomar a alimentação vegetariana – Comer menos lixo

Voltar pros cabelos cacheados me trouxe um conhecimento gigante sobre auto-estima, aceitação e também sobre outras técnicas de cuidados. Assim conheci o low e no poo. Os condicionadores e xampus atuais contém uma quantidade absurda de produtos químicos, além de silicones insolúveis e sulfatos agressivos. Esses dois componentes, principalmente, são muito prejudiciais. O no poo consiste em retirar todos esses ingredientes e lavar o cabelo com outros métodos, eu optei por experimentar o co-wash: lavagem com condicionador. No low poo o xampu continua mas apenas se ele não tiver sulfato.

Assim que todos os meus produtos “proibidos” acabarem eu vou comprar os liberados e a rotina no poo começa.

Meta 2: Começar o no poo – menos cosméticos

Outra coisa que me incomodou muito foram as minhas compras compulsivas. Eu sei que ainda vou comprar algumas coisas esse mês, já que é meu último mês na Europa e quero aproveitar os preços da época de saldos. Só que já fiz uma listinha de coisas pra comprar, listinha pensada e repensada. Toda a minha compra vai ser assim, nada de comprar por comprar. Pelo menos é o que eu espero.

Meta 3: Menos consumo desnecessário

Aos poucos vou aprendendo o que posso fazer pra diminuir a quantidade de lixo no planeta. Eu sei que é impossível eu sozinha acabar com todo o problema de poluição, mas pelo menos a minha parte eu tento fazer. Uma das coisas que já comecei foi com o uso do coletor menstrual. Comprei o copinho em Madrid, mas no Brasil já existe fabricante. Cada mulher gera uma quantidade absurda de lixo de absorvente por ano e isso demora muito pra se decompor. Fora o gasto que temos todo mês, o mau cheiro que fica, o trabalho e medo se vai vazar ou não. No meu primeiro ciclo desse ano já usei o coletor. Outro assunto pra um post específico.

Meta 4: Gerar menos lixo

Além do no poo nos cabelos, também quero reduzir o uso de cosméticos e produtos químicos. Pra isso, posso fabricar meus produtos de limpeza e usar ativos naturais pra cuidar da pele. Assim que voltar pro Brasil faço umas comprinhas pra começar a testar as receitas caseiras.

Meta 5: Uma vida mais natural – Menos químicos

Algo que está me deixando bem pensativa esses dias é sobre o uso de anticoncepcionais. Já pesquisei muito e vi que não é tão seguro, já vi alguns riscos, mas ainda não encontrei um substituto pra evitar gravidez. Vou continuar pesquisando até tomar alguma decisão.

E que 2015 seja um ano incrível e cheio de vitórias e oportunidades!

o/

Let’s do it

Música do dia

i know you are tired of loving with nobody to love

Paris é sim tudo isso e muito mais.

Acabou o ano e eu não tinha acabado de escrever todos os posts sobre minha viagem, até rolou meio que sem planejar uma outra viagem pra Espanha nesse meio tempo, mas é assunto pra outro post.

Eu confesso que não era a super fã de Paris. A lista de lugares que quero conhecer no mundo tinha Londres, Praga, Bali, Austrália, mas Paris estava bem lá em baixo. Eu até ficava sem entender porque as pessoas falavam tanto e tanto de lá, até que paguei pra ver.

O nosso trajeto foi Roma > Beauvais, chegando lá pegamos o transfer oficial que nos deixou na cidade. Pegamos o metrô e fomos direto pra Charone, o bairro que nosso host morava. É um bairro residencial, tipicamente francês e nada turístico. Quando subi as escadas do metrô e olhei a rua não acreditei, foi o meu primeiro contato com Paris e eu já estava apaixonada. Naquele momento eu entendi o que todo mundo falava sobre a cidade, sobre a magia do lugar. Parece loucura, mas foi assim que aconteceu.

O nosso host foi um caso a parte e um dos motivos principais que fizeram a minha estadia incrível. Ele é francês, mas nasceu no Rio de Janeiro. A família toda é francesa, ele foi o único que nasceu fora e se sente especial por isso, mas ele veio embora ainda muito pequeno e por isso não fala português fluentemente. Então, ele decidiu usar o couchsurfing pra ter um contato com pessoas que falam português e praticar. Ele nunca mais voltou no Brasil, apesar de amar muito a nossa cultura e ter muito orgulho de ter nascido lá. E gente, não sei de onde saiu essa história de que os franceses são grossos.

Ele foi uma pessoa extremamente incrível todos os dias! Super gentil, solicito e respeitoso. Fez de tudo para que eu e minha amiga se sentíssemos em casa, incluindo super café da manhã franceses e jantas super caprichadas. Fez raclete, crepe, e por aí vai. Tudo muito gostoso e refinado, como a França é. Eu não sou lá uma pessoa muito ~chique~ então eu não sabia mesmo como comer algumas coisas, acabei pagando uns micos de etiqueta, mas como ele falava: “Não sou príncipe Charles, aqui na minha casa você come como quiser” Ultra fofo, haha :p

No geral, eu não achei Paris um lugar tããããão mais caro assim não. As pessoas falavam de um jeito que eu estava esperando uma super facada. Claro que eu não posso ser usada como base, porque fiquei em couchsurfing e comia muito sanduiche de supermercado, mas deu pra experimentar comida local sim sem morrer no bolso: macarons, crepes, quiches, um bolo estranho que não lembro o nome, e por aí vai. Como lugar pra comprar Macaron, recomendo a rede Paul, comprei uma caixinha super linda com 6 sabores por 8 euros e alguma coisa. Outra coisa que facilitou a vida e a economia foi o fato de eu ter visto europeu e ser menor de 25 anos: atrações quase todas de graça!

Quando fui, era época pré natal então estava acontecendo na Champs Elysées uma feirinha de natal com produtos típicos. Bem legal, acho que acontece todo o ano. Sobre a cidade: Maravilhosa, incrível. Minha paixão inicial só aumentou conforme os dias foram passando. O museu que mais gostei foi de longe o D’orsay. Achei o Louvre muito grande, se torna cansativo. Na minha opinião ele podia ser dividido em três museus menores. Versalhes eu gostei muito, mas acho que deve ser muito mais incrível na primavera. A magia deve aumentar mil vezes.

Falando em época de ano, o outono é lindo e eu amei a cidade nessa época, até porque ela não estava lotada! Sim, Paris relativamente vazia. Ai gente, é outra coisa ver os monumentos sem mil pessoas te empurrando. Não cheguei a subir na torre, mas nem vi fila pra isso, acreditam!??! Outra coisa que amei: Museu do Louvre vazio também, deu pra chegar o mais perto possível da Monalisa, que eu juro que não achei minúscula igual as pessoas dizem! Enfim, a cidade deve ser mesmo incrível e mil vezes mais linda na primavera, mas visitar no outono foi muito bom e não me arrependi da data. Sem estresses com multidões.

Uma coisa que me deixou muito assustada em Paris e que não aconteceu em nenhum outro lugar que visitei antes foi a sensação de insegurança. Antes de viajar vi muitas pessoas explicando todos os tipos de golpes possíveis que acontecem lá, cheguei e vi todos acontecendo ali, na cara dura na frente de todo mundo. O pessoal que fica vendendo souvenir na rua é muito intimidador e começa a te seguir se você perguntar o preço, é uma loucura. Tem golpe da pulseirinha pra tudo que é lado, golpe das assinaturas, golpe de tudo que você imaginar. Ainda bem que já tinha lido tudo antes e fiquei ultra esperta. A pessoa pode me roubar, mas vai ter que fazer um super esforço porque não vacilo não!

É isso, recomendo Paris pra todos. Recomendo muito e recomendo de novo. Me tornei uma das pessoas que eu não entendia, que amavam Paris e queriam voltar a todo custo. No meu caso, quero voltar e conhecer mais da França. As outras cidades que também parecem incríveis.

La Bella Italia! Parte 3: Roma

Último post sobre a Itália. Nosso último destino no país foi Roma, saímos de Florença umas 18h mais ou menos e seguimos pra Roma de carona. Agendamos a carona pelo site Blablacar e pagamos 12,50euros cada para o motorista. Ele era um italiano super gente boa e dirigia bem (amém)

O blablacar é um site de caronas no mundo todo, onde os motoristas partilham suas viagens e você reserva uma vaga e paga ou pro motorista diretamente, ou pelo site via cartão de crédito. É um jeito bem bacana e seguro pra viajar.

Chegamos em Roma já bem mais tarde, se eu não me engano, ele nos deixou na estação de Rebibia, que é quase fora da cidade. Nossa host morava super longe do centro de Roma, em outra zona. Nós tivemos que atravessar a cidade de metro e depois trocar para um trem. Quando chegamos na estação do trem, um guardinha disse que o próximo era só daqui meia hora! Imagine só, chegamos na casa dela quase meia noite. Morri de vergonha, ela já tava de pijama e só ficou acordada por nossa causa.

O primeiro dia em Roma foi separado todo para o Vaticano, o que viesse a mais era lucro.

Amei visitar o Vaticano, era bem diferente do que eu imaginava. O complexo de museus é muito grande e tem muita coisa incrível pra ver. O que eu achei mais legal, é que não é um lugar pra se cultuar a igreja católica. Tinha até uma exposição sendo montada sobre o Budismo. Gostei muito.

De todos os lugares que visitamos, esse foi o mais cheio de todos. Tava lotado, e olha que chegamos super cedo. Não ficamos na fila porque compramos os bilhetes pela internet por 12euros. 8 de estudante + 4 pra não ficar na fila

No Vaticano que descobri que tenho uma fobia: medo de grupos turísticos juntos hahha, brincadeiras a parte, achei horrível a multidão 😦 Tem muitos grupos turísticos com um guia explicando, só que você acaba entrando no meio deles e não tem como sair. Fora o fato da multidão acabar te atrapalhando um pouco a ver as obras. Se tava lotado desse jeito em novembro, não quero nem imaginar como é em julho num dia que for de graça.

A capela sistina é linda, também muito diferente do que eu imaginava. Não pode tirar fotos lá dentro, então a lembrança vai ficar só na minha mente. Me emocionei muito lá dentro, não sei explicar o que acontecer, só que foi mágico.

Saímos do Vaticano a tarde, eu tava morrendo de fome, apesar de ter comido lá dentro, e comi lá perto um kebab de falafel que foi a coisa mais gostosa que comi na viagem, sério! Fiquei desejando aquilo nos outros dias, tava muito bem temperado.

Eu e minha amiga acabamos ficando separada do grupo depois, porque passamos no supermercado antes de voltar pra casa e queríamos ficar um tempinho com nossa host a noite. Como ela morava longe, umas 18h da tarde já estávamos indo embora.

Sobre o couchsurfing em Roma: Nossa host era muito gente boa. Super solicita e tranquila. Cozinhou macarrão italiano pra nós e nós cozinhamos arroz e feijão com um acompanhamento vegetariano de cenoura e brocólis. Ela é “chocólatra”, então de sobremesa degustamos diferentes tipos de chocolate, incluindo gianduia. Como demorei pra lembrar esse nome! hehe

O segundo dia foi dedicado pra Roma em si. Sim, deu tempo de ver tudo que queríamos em 2 dias, com direito a 1 dia inteiro no vaticano. A palavra chave é organização. Antes de chegar, nós já sabíamos o que queríamos ver em cada dia. Além disso, nossa host nos ajudou a organizar o roteiro de forma a uma coisa ficar perto da outra.

Começamos e terminamos nosso dia com o Coliseu, pra ver iluminado a noite e com a luz do dia. O ponto alto do dia foi a visita a Igreja San Luigi dei Francesi, onde há obras de Caravaggio expostas! Imperdível pra fãs do pintor (euzinha). A Fontana di Trevi ainda estava em reforma, então nem deu pra ver nada. No segundo dia comemos macarrão em um restaurante, mas sinceramente? Não estava nada demais. Depois comi num restaurante italiano aqui em Portugal e a comida estava muito mais gostosa. Foi um pouco de falta de sorte. Não lembro o nome do restaurante.

E o meu lugar preferido em Roma não foi Panteão, Coliseu ou alguma igreja. Foi de longe, o Monumento Vittorio Emanuele. É muito lindo, fiquei boba!

Como nosso voo era muito cedo no dia seguinte, dormimos no aeroporto Ciampino. Eu havia lido tanta coisa negativa na internet, falando que o aeroporto era horrível e que dormir lá era um pesado, que eu já estava pronta para o pior. Por isso mesmo, fui surpreendida positivamente. Foi de longe o melhor aeroporto que dormimos! Ele é realmente muito pequeno e a parte de partidas fecha, mas ninguém é colocado pra fora. Temos que ir pra parte de chegadas e pronto. Fica todo mundo reunido lá num espaço pequeno. Só que está lá todo mundo com o mesmo propósito: dormir. Diferente do Charleroi, onde as pessoas ficavam olhando com cara feia pra gente dormindo. O banheiro tava limpo, me pareceu uma área nova. Enfim, experiência aprovada.

Próxima parada: Paris

Durma medo meu…

Somos a discórdia e o perdão.

La Bella Italia! Parte 2: Florença

Continuando a série de posts sobre minha eurotrip de novembro, a segunda parada na Itália foi em um lugar fantástico: Firenze ou Florença.

Santa Maria Del Fiore oou Duomo

Santa Maria Del Fiore oou Duomo

Deixando bem exposta a minha ignorância: eu nem sabia o que tinha pra fazer nessa cidade. Sabia que ela existia e……..só. Minha amiga que sugeriu e já que encaixava no roteiro, porque não? Todas as outras cidades pesquisei muito sobre o que fazer em cada uma delas, já Florença não. Segundo minha pesquisa ~mal feita~ era só Ufizzi e Palazzo Vechio. A gente tinha pouco tempo lá, 1 dia e meio e minha amiga tinha lido que era um bate e volta de Roma (queria saber quem escreveu uma barbaridade dessa) Sendo assim, deixamos o tempo mais tranquilo, para ver o que a cidade nos reservava.

Foi perfeito! Incrível, maravilhoso e todos os adjetivos que eu conseguir lembrar. Eu brinco que essa cidade caiu perfeitamente no nosso roteiro e foi uma espécie de rehab, depois de dias super corridos, uma pausa pra descansar e depois seguir pra Roma, que também seria corrida.

Acho que se eu pudesse descrever a cidade em uma palavra, seria: encantadora. Por uma questão de atmosfera mesmo.

Nós dividimos os grupos de hospedagem em: Eu e mais duas dormindo em um lugar, outras duas dormindo em outro, uma sozinha em um canto, e as outras em outro. Éramos oito. Desde quando a ideia da viagem começou, nós sabíamos que teríamos que nos dividir pra dormir e foi tranquilo assim.

Coincidentemente, minha hospedagem acabou sendo perto das meninas do outro grupo. Nós ficamos hospedadas na casa de estudantes brasileiros, no maior estilo cara de pau mesmo haahhaa não conhecíamos o pessoal, só encontramos no facebook e pedimos um teto 😀 No fim deu tudo certo e fomos acolhidas por pessoas incríveis. O host das meninas nos levou até a “nossa casa” mas não tinha ninguém lá, decidimos então deixar as coisas na casa dele e ir turistar e a noite voltar pra casa.

Até aí eu não sabia nada da cidade ainda. O host era super gente boa e completamente apaixonado pela cidade, algo que fez toda a diferença. Antes de tudo ele nos levou pra Duomo, essa altura  já estava quase anoitecendo porque já era umas 16h30 ou 17horas, não lembro bem, mas nessa época do ano anoitece cedo. Quando a gente chegou na Duomo foi tipo PAAAAAAAAH, o que é isso? Ficamos chocadas com a beleza da Igreja. É mesmo diferente e LINDAAAAAAA, aquele clima de sunset deixou tudo parecendo uma pintura, foi só incrível.

Detalhe da Duomo

Detalhe da Duomo

Depois disso, turistamos mais um pouco. Conhecemos as pontes e tomamos um sorvete incrível numa sorveteria chamada “La Carraia”. Uma coisa que eu fiquei um pouco sem entender: Pedi meu sorvete, ela começou a fazer, eu me virei e vi que ela tava fazendo ele de novo, aí já não entendi né, depois que ela terminou, olhou pro sorvete e jogou fora ??!!1??!?! Fez uma cara de insatisfeita e começou a fazer meu sorvete pela terceira vez UAAAAAAAT ?? Não sei que padrão de qualidade era esse que fazia ela jogar o sorvete fora, mas tudo bem. Paguei 2 euros. Aii, deu vontade só de lembrar! #queromais

Turistando em Firenze

Turistando em Firenze

Só relembrando que nós tínhamos dormido no aeroporto no dia anterior e essa já era nossa segunda cidade do dia, então obviamente todas #mortascomfarofa, mas apesar do super cansaço, já estávamos apaixonadas pela cidade. Depois disso fomos até a Piazzale Michelangelo. Uma subida considerável, principalmente pra quem já tava cansada, mas com uma vista que era como um verdadeiro presente. A cereja do bolo de um dia incrível. Pra fechar tudo, comemos Focaccia num restaurante especializado que eu esqueci o nome. Outra delícia.

Focaccia Italiana

Focaccia Italiana

Vantagem de ser hospedada por uma pessoa local: Se estivéssemos sozinhas perdidas pela cidade, jamais teríamos conhecido tudo isso em meio período.

Ponte Vecchio

Ponte Vecchio

O segundo dia foi mais amor pela cidade. Dia de andar pelas ruinhas, se perder vendo tanta coisa linda, comer uma pizza incrível em um lugar que encontramos por acaso: Fo’Caccia la Notte. É uma pizzaria super pequena, um pouco fora do eixo turístico, mas com um preço justo e um sabor incrível! AMEI mesmo. E é claro que fomos até a Duomo de novo, e tiramos mil fotos, e andamos pelas lojinhas vendo tudo. Ai gente, Itália é amor demais e Florença é mais amor ainda. Só de escrever esse post já deu vontade de voltar.

Pizza Italiana em Florença

Pizza Italiana em Florença

Pelas ruas de Florença

Pelas ruas de Florença

Vespas everywhere

Vespas everywhere

Só pra reforçar: Florença não é bate de volta de Roma! Na hora de planejar a viagem, vale a pena separar mais dias pra cidade.